Com a medida, o diesel terá maior elevação de preço que a gasolina, a partir de amanhã, sábado, 1/2; Cadeia Produtiva Nacional teme impacto na inflação
A Petrobras anunciou, nessa sexta (31), reajuste de 6,23% no preço do diesel das refinarias. O percentual equivale a uma alta de R$ 0,22 por litro. Somando à elevação da alíquota de ICMS, em R$ 0,06/litro (prevista desde novembro de 2024), o litro do diesel passará a custar R$ 0,28 mais caro, das refinarias para as distribuidoras. Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel, para a composição do diesel B vendido nos postos, o impacto de preço nas bombas pode chegar a R$ 0,24/litro já a partir desse sábado (1/2).
Importante destacar que a Petrobras não reajustou o preço do litro da gasolina nas refinarias, permanecendo apenas o aumento da alíquota de ICMS em 7,14%, percentual que corresponde a um acréscimo de R$ 0,10/litro, nas bombas.
“No início dessa semana, alertamos para a possibilidade de reajuste de preços nas refinarias admitida pela própria Petrobras. A defasagem entre os valores praticados no Brasil e os do mercado internacional, estava muito elevada e seria muito difícil evitar o aumento. Ainda que, dessa vez, a alta atingiu apenas o diesel”, observa Fernando Roca, presidente da Associação Núcleo Postos Ribeirão Preto, que reúne 100 revendedores da cidade e região.
Segundo a ABICOM (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a semana começou com o índice de defasagem em -17% por litro de diesel (-R$ 0,59) e de -7% por litro de gasolina (-R$ 0,22), nos polos da Petrobras.
Ainda de acordo com Roca, o ‘duplo’ reajuste no preço do diesel chega em momento bastante inoportuno. “Como a imensa maioria da produção nacional é transportada por rodovias, cada reajuste aplicado ao diesel se reflete em toda a cadeia produtiva. É um efeito ‘cascata’ que provoca aumento generalizado de preços, impulsiona a inflação, faz aumentar a taxa de juros e diminui o poder de compra do consumidor bem como a capacidade de investimentos das empresas. O Brasil fechou o ano passado com o índice de inflação acima da meta e 2025 já começou com instabilidade na economia. Momento ruim para um reajuste de preços dos combustíveis”, analisa.
Enquanto isso, a recomendação para o consumidor é de pesquisar. Há diferenças significativas de preços, na cidade, que podem chegar a 15%. Peça o cupom fiscal, desconfie de ofertas muito vantajosas e procure observar a famosa regra de paridade: se o preço do litro de etanol corresponder a no máximo 70% do preço do litro de gasolina, será mais vantajoso abastecer com etanol, caso contrário, vá de gasolina!”, finaliza Fernando Roca.
Da Redação.
Fotos: Agência Brasil EBC.