Entidades setoriais que integram a Cadeia Produtiva Local, em Ribeirão Preto, emitiram nota de apoio à suspensão da obra de construção do novo Centro Administrativo, assinada e divulgada pela nova administração municipal. Confira, abaixo, a manifestação das entidades:
“As entidades, abaixo descritas, unem forças para manifestar total apoio à suspensão da construção do novo Centro Administrativo da Prefeitura fora da região central de Ribeirão Preto. A medida (ofício) foi assinada, pelo prefeito Ricardo Silva, com data de 6 de janeiro de 2024 e divulgada por ele na manhã desta quarta-feira (8).
A suspensão também é resultado do compromisso assumido pelo então candidato Ricardo Silva com esse grupo de entidades setoriais ainda na primeira série de encontros com os candidatos a prefeito de Ribeirão Preto, em julho de 2024, na sede de SINCOVARP e CDL RP.
Na ocasião, foi entregue à Ricardo uma série de sugestões/solicitações em defesa, recuperação e pelo desenvolvimento dos setores de Comércio e Serviços, de Ribeirão Preto, em conexão com a Cadeia Produtiva Local. No item 9 do documento, consta:
‘Suspender imediatamente a construção do novo Centro Administrativo fora da região central de Ribeirão Preto. Reverter parte desses recursos (cerca de 200 milhões) para obras e ações de revitalização e ressignificação do quadrilátero central, mediante o desenvolvimento de um estudo técnico amplo envolvendo a sociedade civil organizada, entidades (todas as entidades setoriais envolvidas no tema), especialistas e as universidades;’.
O tema também foi levado por SINCOVARP e CDL RP às reuniões com o gabinete de transição a quem foram apresentados dados relevantes para a tomada de decisão, conforme abaixo:
“Tomando como ponto de partida o início das obras de reforma do atual calçadão, em abril de 2012, já se passaram 13 anos. Desse total, em apenas 2 anos o Comércio Varejista do centro pôde funcionar em condições normais. Ver linha do tempo abaixo:
- 2012: Início das obras de reforma do calçadão, em abril;
- 2013: Obras do calçadão;
- 2014: Obras do calçadão;
- 2015: Obras do calçadão;
- 2016: Obras do calçadão;
- 2017: Término das obras e reinauguração do calçadão em setembro;
- 2018: Condições normais de funcionamento;
- 2019: Condições normais de funcionamento;
- 2020: Pandemia de Covid 19 com severas restrições ao Comércio;
- 2021: Pandemia de Covid 19 com severas restrições ao Comércio;
- 2022: Retomada parcial com a intensificação da vacinação;
- 2023: Início das obras de corredores de ônibus, Ribeirão Mobilidade;
- 2024: Obras de corredores de ônibus, Ribeirão Mobilidade, e obras de galerias pluviais;
- 2025: Começará prejudicando o Comércio do centro com obras atrasadas.
Levantamento exclusivo do CPV SINCOVARP/CDL RP (feito em julho de 2024) apurou o impacto das obras de implantação de corredores de ônibus e de galerias pluviais, no Comércio da região central de Ribeirão Preto. Revelou o seguinte resultado que foi amplamente divulgado pela imprensa, portanto, é de pleno conhecimento da atual administração municipal:
- Queda média de -39% nas vendas;
- 98% dos lojistas apontaram redução nas vendas;
- Queda do movimento de clientes nas lojas foi de -41%;
- 100% dos lojistas entrevistados apontaram redução no movimento de clientes;
- Entre as empresas impactadas, 16% MEIs (Microempreendedores Individuais), 60% são MEs (Microempresas), 18% EPPs (Empresas de Pequeno Porte), 3% Médias Empresas e 3% são Grandes Empresas;
- Redução média de -35% nos quadros de funcionários das empresas;
- Dos estabelecimentos pesquisados, 75% tiveram de demitir funcionários.”
Somam-se, aos argumentos acima, os seguintes fatos: A maioria da população ribeirão-pretana já indicou ser contrária à obra; A manifestação contrária do Legislativo Municipal, em mais de uma ocasião; A posição contrária da imensa maioria das entidades setoriais, de classe e empresariais, e de outros importantes entes da Sociedade Civil Organizada”.
Por fim, as entidades signatárias dessa nota esclarecem que não são contrárias à melhoria da estrutura e da gestão, públicas, por meio de um novo Centro Administrativo. Mas defendem que essa nova estrutura seja construída na região central de Ribeirão Preto que vive, há décadas, um processo de esvaziamento a ser contido e revertido conforme a atual tendência nas grandes cidades do Brasil e do mundo.
Somam-se a isso, os graves prejuízos que seriam causados ao Comércio Tradicional de Ribeirão Preto, que já sofreu muito com a pandemia e logo em seguida foi “atropelado” pelas obras de mobilidade, e, ainda, o fato de que a região central é para onde se converge o sistema de transporte coletivo urbano sendo o local de mais fácil acesso para cidadãos de todas as regiões da cidade.
Ribeirão Preto, 8 de janeiro de 2025.
SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto), CDL Ribeirão Preto (Câmara dos Dirigentes Lojistas), SINHORES Nordeste Paulista (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), SINCOMERCIARIOS RP (Sindicato dos Empregados do Comércio de Ribeirão Preto), SINDHOTELEIROS RP (Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis, Motéis, Restaurantes, Bares e Fast-foods de Ribeirão Preto), Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes e Ambulantes, Instituto Ribeirão 2030, Aescon/Casa do Contabilista (Associação das Empresas de Serviços Contábeis), RC&VB (Ribeirão Convention & Visitors Bureau), Movimento “Vem Pra Nove” e Movimento “Conexão Varejo”.”