O Comitê de Acompanhamento das Obras de Mobilidade solicitou oficialmente à RP Mobi (órgão da Prefeitura de Ribeirão Preto) a instalação de bolsões de estacionamento rotativo nos trechos de acesso local à Av. Nove de Julho, cujas obras de implantação de corredores de ônibus, revitalização e restauro, estão paralisadas, desde dezembro de 2023 sem previsão de retomada. O Comércio da região, um dos mais tradicionais da cidade, vem amargando enormes prejuízos desde que as intervenções começaram em junho de 2023. Muitas empresas já deixaram o local ou encerraram suas atividades, causando a demissão de dezenas de trabalhadores.
Segundo Paulo César Garcia Lopes, presidente do SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), instituições que lideram o Comitê junto com outras 22 entidades de classe/empresarias/setoriais e mais de 60 empreendedores impactados, “Mesmo com o desbloqueio recente de dois cruzamentos da Nove de Julho, os bolsões de estacionamento são muito importantes. Boa parte do fluxo de trânsito foi reestabelecida, mas também é preciso facilitar a chegada dos consumidores às empresas que estão com suas portas em frente aos buracos. Além de poder passar, o cliente também precisa acessar o ponto de venda. É o mínimo a se pode fazer para ajudar empreendedores, em sua maioria donos de pequenas e médias empresas, que tiveram queda de até 80% no faturamento como consequência de uma sucessão de problemas que eles não causaram”, afirma.
Vai ficar para o próximo prefeito
As obras, que incluem a implantação de galerias pluviais em duas ruas do centro, que se conectam à Node de Julho, tinham previsão de conclusão e entrega em 19 de junho de 2024 (Aniversário de Ribeirão Preto), mas esse prazo literalmente ficou pelo caminho. A construtora responsável, a Metropolitana (que venceu a licitação), não cumpriu o cronograma e não deu conta do recado. No dia do rompimento do contrato, com valor total de R$ 31 milhões, tinha concluído apenas 7,7% do trabalho cuja execução deveria estar em 40%. A rescisão do contrato só aconteceu após pelo menos cinco notificações feitas pela Secretaria de Obras da Prefeitura junto a construtora.
A projeção atual é de que as obras da Av. Nove de Julho serão concluídas apenas no mandato do próximo prefeito, ou seja, em 2025.
Detalhes do pedido dos bolsões
Entre a paralização da obra, em dezembro, e os dias atuais, a falta de barreiras no local permitiu que veículos leves entrassem nos trechos interditados, o que ajudou muito os lojistas dali e não danificou o pouco que já tinha sido feito na obra. O pedido do Comitê prevê a permissão de estacionamento, em caráter rotativo, nesses trechos ou em partes deles (por exemplo, os 20 primeiros metros de cada quadra). O espaço reivindicado fica entre as ruas Marcondes Salgado e São José.
“Os bolsões somados à liberação dos cruzamentos resolveriam grande parte do problema que também passa pela zeladoria periódica do canteiro. Se estamos pedindo é porque a situação está muito complicada. Quem mais perde com tudo isso é a própria cidade e a Prefeitura precisa entender isso e agir rápido, até porque a Nove de Julho abriga empresas que pagam seus impostos, os mesmos impostos que sustentam a máquina pública”, finaliza Lopes.
Agendamentos não atendidos
Há semanas, SINCOVARP e CDL, em nome do Comitê, vêm tentando se reunir com os órgãos envolvidos nas obras de mobilidade e, também, com o próprio Prefeito. O objetivo é discutir e apresentar sugestões para soluções viáveis para a região da Nove de Julho. No entanto, até agora não houve qualquer sinalização para agendamento.
Da Redação.
Foto: Comitê de Acompanhamento das Obras de Mobilidade/Ribeirão Preto.