Valor estimado é 7,8% menor do que o projetado para o ano passado, de acordo com pesquisa da FecomercioSP em parceria com o Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), do SINCOVARP e CDL RP
Os feriados nacionais e as “emendas de feriados”, deste ano, podem ocasionar, ao Comércio Varejista da região de Ribeirão Preto, uma perda total de R$ 1,12 bilhão, montante 7,8% menor do que o previsto em 2023 (tabela 1). O principal motivo para o impacto menor é que, neste ano, quatro feriados cairão em fins de semana, reduzindo também o número de “emendas” também chamadas de “pontes”. A estimativa é da FECOMERCIOSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), em conjunto com o Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas).
Das cinco atividades analisadas, a única que deve registrar aumento das perdas em comparação a 2023 é a de Farmácias/Perfumarias, com alta de 3,4%, atingindo prejuízo de R$ 134,9 milhões. Dentre os possíveis fatores que explicam esse resultado, está a elevada taxa de crescimento do faturamento do
segmento, o que resulta em aumento na média diária de vendas, e, assim, mesmo com menos feriados em dias úteis, o volume de perdas acaba crescendo.
Por outro lado, a retração das lojas de Móveis/Decorações deve ser de -32,6%, caindo para R$ 7,6 milhões. Essa queda significativa pode ser justificada pelo fato desse segmento apresentar o menor faturamento, de maneira que é comum que ocorram grandes variações percentuais. Em números absolutos, a maior redução deve ser observada no grupo de outras atividades, em que predomina a venda de combustíveis, ao passar de uma perda estimada em R$ 357,6 milhões, em 2023, para R$ 306,3 milhões, em 2024.
As perdas dos supermercados devem passar de R$ 579,2 milhões, em 2023, para R$ 541,2 milhões, neste ano, uma queda de 6,6%. Já as lojas de vestuário, tecidos e calçados devem registrar perdas de R$ 133,2 milhões, montante 4,3% menor do que o projetado no ano passado.
O estudo da FecomercioSP tem por objetivo mensurar uma possível redução de movimento no Comércio Varejista, considerando um desempenho médio sem observar características sazonais e regionais. Os cálculos levam em conta uma perda parcial nas vendas no dia, e não a totalidade.
O propósito não é mensurar a transferência de renda. É evidente que durante feriados e emendas de feriados as famílias gastam mais com atividades do setor de Serviços, como Transporte, Bares e Restaurantes. Isto é, se de alguma forma o Comércio pode ser prejudicado, o Turismo, por exemplo, ganha fôlego nesses períodos.
O estudo analisou apenas os segmentos mais sensíveis à compra por impulso, por serem os que sofrem pelo fato de o consumidor não passar em uma loja naquele dia após o almoço, ou no fim do expediente, para comprar algum produto. No caso do Comércio de bens duráveis — veículos e eletrodomésticos, por exemplo —, as compras geralmente são programadas, ou seja, se o consumidor não adquirir durante o feriado, ele comprará em outro dia, não havendo, portanto, perda para o Comércio.
Como amenizar perdas?
O calendário está posto, e todos sabem com antecedência, não havendo qualquer surpresa. Os empresários que lidam com redução de consumo nos feriados, ou até fechamento do negócio, devem montar estratégias para conseguir faturar a meta do mês nos outros dias de mais movimento.
Uma maneira de aumentar ganhos é atrelar a venda a um benefício no setor de Serviços, ou seja, o consumidor compra um produto e ganha uma atração — como ingresso para cinema e parque no feriado. Para isso, é necessário fechar parcerias. Outra alternativa é oferecer descontos mais agressivos nos dias que antecedem o feriado.
Da Redação, com informações da FecomercioSP, SINCOVARP e CDL RP.
Foto: Agência Brasil EBC.